terça-feira, junho 09, 2009

Jatodesacocheio.

Pois e, eu to de saco cheio. Pra mim as pessoas parecem tao iguais, aquelas que frequentam aqueles lugares gostam daquelas mesmas coisas e escutam aquelas mesmas musicas e fazem as mesmas coisas. Ai, todo mundo fala em ser diferente; mas se todo mundo for diferente, entao todo mundo e igual. E a moda agora eh ser fora de moda. Qualquer coisa que se ache no guarda-roupa da sua vo vale, e quanto mais cheirar naftalina, melhor. Resultado, voce sai na rua e nao consegue entender como e que essas pessoas tem coragem de vestir aquilo e ainda sair na rua. Vintage, retro, essas coisas sao parte daquela saudade de tempos que nao vivemos. Deveria ser bom naquele tempo, eihn?! Quando as pessoas viam a cor do dinheiro delas, e que se elas quizessem conversar elas teriam que se encontrar ou, no minimo, telefonar. Eu tenho amigos dos quais nem o rosto eu lembro bem, nao sei como eles estao, se emagreceram, se engordaram, se estao loiros ou morenos. Eu tenho medo da sociedade do futuro, porque eu sei que sera pior que a minha.
Foi um desabafo.

sexta-feira, março 21, 2008

Aula de Física

Dos tempos de estudante colegial guardo uma frase em minha mente:
"Andar é o ato de desequilibrar-se".
A aula era sobre como o movimento é produzido, a princípio o corpo está inerte, então uma força o desequilibra e o movimento acontece.
Entendi. Mas acho que entendi também como o movimento da minha vida se enquadra nessa teoria. Estava em um estado de inércia dentro do útero, mas cresci demais, fiquei desconfortável, o corpo de minha mãe não me acolhia mais como deveria e deste desequilíbrio eu nasci. E desta data em diante, enquanto estou confortável permaneço inerte. De repente sinto que algo me incomoda, então tenho que me adaptar, mudar, desenvolver, sair daquele estado. A força que me desequilibra gera o meu movimento de vida, a minha força.
Amar é sentir-se muito incomodado com relação a certa pessoa. Enquanto está longe, incomoda-se, se está perto é necessário adaptar-se a ela. Ela faz com que sentimentos de insegurança apareçam, insatisfação.
Por enquanto estou satisfeita com meu texto.

quarta-feira, março 05, 2008

The Day.

Atrasado. Daniel está atrasado, posso acreditar?
Eu nunca vi padrinho chegar atrasado, noiva sim, padrinho não. Estou pronta, o vento aqui na porta dessa igreja está cortando minha pele, meu vestido é curto (um vestido branco convencional não seria conveniente) e tem meia dúzia de pessoas nessa igreja, vai ficar muito feio entrar atrasada. Ah, até que enfim, por onde andava esse maluco? Ainda bem que trás um cigarro ainda aceso, nada melhor em um momento de tanta tensão.
- Desculpe Carolzinha....
- Ai, você é um Filho da Put... mas vai, vamos terminar logo esse cigarro...
Daniel entrou comigo, eu não tenho parente algum na Inglaterra. Não há música, meu vestido é curto e marrom, meu dentro-de-alguns-segundos-marido demonstra, pela sua testa suada, estar nervoso como eu.
O Padre começou o discurso, minha cabeça roda.
Sogro, Sogra, Amigos....
Rosas Brancas...
Alianças...
Steps...
Mind, body and soul...
Forever...
Forever....

terça-feira, setembro 11, 2007

Bang-Bang (ou texto recortado)

I hit the ground, bang bang, That all full sound, bang bang...
My babe shoot me down...
As musicas sempre trazem a tona algum sentimento latente. É uma peca importante para que se entenda o que esta acontecendo ai dentro... Como pode alguem ir buscar brasas no fundo da fogueira? lugares de tao dificil acesso sao invadidos, revirados e revistados. As músicas fazem isso, elas brincam com o que de há mais escondido sobre nós mesmos. Talvez por isso, em "Admirável mundo novo"- Adouls Huxley, toda arte seja proibida.
I used shoot you down...
Quem sabe um dia faremos como os golfinhos, e nos comunicaremos pela musica? (eles tem o cerebro muito maior do que o nosso).

quarta-feira, agosto 29, 2007


Ha tempos foi o leito de um rio. Hoje, seco, deu espaco a uma festa. Por alguns minutos a energia acabou e a musica parou, foi quando sentei ao lado da mulher que seria minha grande amiga desde entao. Conversamos, ela tem um jeito acolhedor, fez com que eu me sentisse muito a vontade o tempo todo, resolvi que nao desgrudaria dela.


Quando a energia voltou, ela resolveu tirar algumas fotos. Fiquei impressionada com as imagens que ela captou. Ela consegue absorver a intensidade dos momentos e os momentos das pessoas, porque ela e intensa. As cores forte falam com ela, ela ouve os gritos, ela ve os pulos. Comparo comigo e percebo como sou alheia a tudo isso, vejo um mundo em tom pastel, calmo, regular e parado. Nas minhas fotos os objetos criam vida, nas fotos dela voce enxerga almas. E isso que acredito que seja o talento, algo que nasce dentro de voce, ela simplesmente faz da maquina seus proprios olhos.


PS: Como estou no Reino Unido, os teclado nao tem acento, por isso a falta deles!
PS2: Fotos by Ana.



















quinta-feira, julho 05, 2007

O coração dos aflitos balança dentro do peito.

Na noite passada, ao deitar-me senti um aperto no peito e uma falta de ar, meu braço esquerdo doía, mas foi por poucos minutos, em seguida a dor passou. Permaneci deitada, sem sentir nada, nem dor, nem calor, nem frio. Fiquei olhando para o teto, lembrei das coisas que eu teria para fazer no dia seguinte. Levar o carro para lavar, almoçar com a Ana, trocar as cortinas do consultório e aquele tapete horrível. No fim do dia eu traria salmão para assar com maracujá e beber com vinho branco, olharia para o rosto do meu amor e, já levemente embreagada, diria coisas sobre como ele é bonito, como o amo e o quanto o admiro. Riria da sua expressão envergonhada por receber elogios e ele diria que não consegue parar de comer, riríamos juntos. Então colocaríamos um filme, mas antes do fim dos traillers já estaríamos semi-nus.
Percebi que não conseguiria mais dormir, desci as escadas em direção à cozinha, a luz já estava acesa. "Estranho", pensei, não costumo esquecer de apagá-la. Peguei um copo no armário, enchi com água do filtro e bebi. Estava com tanta sede que nem senti a água entrar. Deixei o copo sobre a pia e, ao sair da cozinha, pressionei o interruptor mas a luz não apagou. Poderia ser mal-contato, eu resolveria no dia seguinte. Subi novamente ao quarto e, tamanha surpresa tomei quando vi meu corpo deitado, que parei de respirar. Fechei os olhos, abri, ele continuava lá. Peguei o telefone para chamar alguém, ele estava mudo. Sentei na poltrona ao lado, me acalmei. Agora eu era uma alma. E agora? O que uma alma faz? Por que eu ainda não estava no céu, nem no inferno? Ops... não questionarei novamente, vai que me mandam pro inferno? Não lembro de boas ações que pudessem me salvar... Bom, até resolverem o que farão comigo, eu, que nem sabia que morri, vou ter que replanejar o dia de amanhã.... vou sentir saudades do meu amor... E do salmão e do vinho também.

quarta-feira, junho 27, 2007

Augusta, graças a Deus
Graças a Deus
Entre você e a Angélica
Eu encontrei a Consolação
Que veio olhar por mim
e me deu a mão...

Augusta, Angélica e Consolação - (Tom Zé)

A tarde acaba e as luzes coloridas paulistanas se acendem. Começam a surgir pelas ruas seres estranhos calçando all stars, cintos coloridos, chapéus e boinas, muitos piercings e alargadores nas orelhas. Essa gente se encontra nos bares que tocam indie rock e outros sons alternativos e cujas decorações lembram muito a idéia de inferno. Essas pessoas tem poucos preconceitos, são acolhedoras e estão sempre atualizadas sobre tudo.
Pra mim, isso é a alma de São Paulo, nasci na Av. Paulista e é lá que vou me divertir, trabalhar, chorar e beber. E em todas as ruas que nela desembocam.